domingo, 20 de setembro de 2009

.Sobre a manhã passada.

Só peço que esqueçam de me acordar!


sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Fotografia

Parece um olho que tudo vê,
uma boca que fala sem mover,
um coração de ilusão profunda...


A atemporalidade que temporaliza,
o respiro eternizado,
a descrição de emoções...

Parado, movimento, gente
terra, mar, céu
poço, música, fosso...

Paralização do móvel no ar,
desvio do concreto indireto,
ideal do "se foi, se fosse..."

O agora que acabou,
a luz que figurou,
o momento que ficou...

Verde, amarelo e azul,
zombarias flutuantes,
cinza, preto e branco...

Verdade multifacetada,
mentira efêmera,
caso casual...

Multiplicidade.
Lateralidade.
Unidimensionalidade.



domingo, 13 de setembro de 2009

Logo.

Embora os dias tenham passado com o peso de quem fica;
mesmo que as horas tenham corrido como pássaro que perde o destino;
ainda que os segundos sejam todos uns tecidos convites;
Continuo aqui, inconstante, com a leveza de quem quer ir longe...

Vê se vem logo.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

À flor da pele


Ando tão à flor da pele
Qualquer beijo de novela
Me faz chorar
Ando tão à flor da pele
Que teu olhar "flor na janela"
Me faz morrer
Ando tão à flor da pele
Meu desejo se confunde
Com a vontade de não ser
Ando tão à flor da pele
Que a minha pele
Tem o fogo
Do juízo final...

Barco sem porto
Sem rumo, sem vela
Cavalo sem sela
Bicho solto
Um cão sem dono
Um menino, um bandido
Às vezes me preservo
Noutras, suicido!

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Presença

E o espelho da manhã seguinte já não é o mesmo da noite que passou...
O corpo vestido, a alma nua, o pé no chão
A aversão ao improvável...
A toalha sobre a cama, a janela fechada, balões inflados no ar
E do outro lado da rua a calçada está desabrigada
O vento soa, e ecoa, e voa, e atormenta, e acorrenta...
Há o desequilíbrio no precipício, calcado em plataformas onduladas
Deixando rastros de vertigem, apiedando a queda repentina
Se faz o silêncio! Ecoando em notas de uma guitarra sem cordas
E o vilarejo de portas fechadas deixa abrigar os ruídos de uma lástima
Suspende e dispenca a virilidade do tempo comprimido...
Mas a hora na ampulheta discorre!