sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Desta vez

E desta vez eu só queria que mais um não tivesse medo de andar pela chuva sem se resfriar. De rolar na grama sem pensar se depois irá ficar se coçando. Queria que ele não olhasse toda vez se os sapatos estão engraxados igualmente e nem se o guarda-chuva está dentro do carro. Gostaria que ele corresse nu pelo menos uma vez na vida numa rua deserta, que fosse na praia, pela noite. Poderia me olhar nos olhos sem me testar, sem querer saber onde esta a verdade, cadê a mentira. Ao menos uma vez queria que sorrisse sem ter receios de estar se escrachando ou não e vibrando com a alma, simples e grande. Que não se preocupasse em ser gente crescida ou criança grande... Fosse humano e bastasse.
Mas parece tão impossível!

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Efemeridade

De repente tudo muda...
Os velhos amigos já não brindam conosco,
As velhas palavras já não são usadas,
O velho diário é esquecido,
As velhas festas são apagadas...
Novos sonhos são sonhados,
Novas conquistas planejadas,
Novas vitórias idealizadas,
Novos desejos são desejados...
As promessas o vento leva,
As pedras são arremessadas,
O orvalho renovado,
A brisa da manhã continua a nos saudar!
E a velha canção que ao longe ouvi
Esta soando num ritmo diferente...
Há uma mistura de tango e jazz a me embalar!
A vivacidade minha compara-se a uma ave de rapina
O que há em mim me basta
E um novo tempo começa agora!
Aqui o pensamento rápido resulta em superficialidade,
Mas não pereço mais encadeada em duvidas de outrem
E o coração instável continua a bater forte!
Numa frequência diferente o semblante torna-se equalizado
Enquanto não resta nenhum vazio a ser ecoado.
O sol da manhã agrada tanto quanto o sereno luar da noite!
E quantas vezes não preferi mais a um que ao outro?
Quantas pessoas enganei ter amado?
Quantas promessas de amor me juraram?
E hoje nada mais disso faz sentido...
Está tudo guardado num baú chamado coração!
A efemeridade, minha inércia não se movem, não trabalham
Vilipendio, incompreendo e descarto
Tudo aquilo que me foi mal certa vez.

Renasço das cinzas
Para mais tarde morrer como fênix!
Viver tornou-se realmente a coisa mais rara
Enfezo-me ao ver a maioria das pessoas apenas existindo...

Descobri novos caminhos,
Vi novos horizontes,
Li novos livros da alma,
Visitei novos lugares,
Convivi com novas pessoas,
Ri de outras ironias,
Vivi novos amores,
Amei novos destinos,
E me apaixonei!

domingo, 25 de janeiro de 2009

Afinidade ♥♥


Afinidade acontece. Um mesmo signo, um mesmo par de sapatos caramelo, um mesmo livro de cabeceira.
Afinidade acontece entre seres humanos. A mesma frase dita ao mesmo tempo, o diálogo mudo dos olhares e a certeza das semelhanças entre o que se canta e o que se escreve.
Afinação acontece. Um mesmo acorde, um mesmo som, uma mesma harmonia.
Afinação acontece entre instrumentos musicais. A mesma nota repetida diversas vezes, a busca pela perfeição sonora e a certeza das similaridades entre um tom acima e um tom abaixo.
A incrível mágica acontece quando os instrumentos musicais descobrem afinidades humanas entre si no mesmo instante em que os seres humanos descobrem afinações musicais dentro deles mesmos.
Estou vivendo isso!

sábado, 24 de janeiro de 2009

Bailarina e o Soldado de Chumbo ♪♪♪

É... Acho que é Ele...

"Estranho seria se eu não me apaixonasse por você..."

Chegou assim tão sorrateiro, como quem nada queria, como quem nada fosse de mim levar...

"O milagre que esperei nunca me aconteceu, quem sabe só você pra trazer o que já é meu?!"

E descobri a gentileza, a cordialidade, o homem, o humano...

"Que agora acompanha teu dia e pra minha poesia é o ponto final
É o ponto em que recomeço, recanto e despeço da magia que balança o mundo
Bailarina, soldado de chumbo..."

As noites passaram a ter mais graça, as férias mais cor, as palavras mais humor, os pensamentos mais viagens perdidas...

"Onde já se viu o mar apaixonado por uma menina?
Quem já conseguiu dominar o amor?
Por que é que o mar não se apaixona por uma lagoa?
Porque a gente nunca sabe de quem vai gostar!"

E foi assim... e me confundiu assim... e me encantou assim!

meninO do balaio, que é que me aconteceu
Cê aparece sem pressa, e depressa leva o que é meu
Na boca um beijo e no abraço
Meu braço, não sei qual é
A gente se misturando, feito leite e café
Que faço em quanto cê sonha,
Enquanto volta do céu
Cê que veio de santO pra trazer o que é meu
Traga toda a tua prenda, traga tudo que for
Que eu trago a poesia, pra esconder nossa dor
Traga toda a tua lenda, traga o teu cobertor
Que eu trago a poesia, pra cantar nosso amor!"



segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

O principe

Talvez o principe não venha montado num cavalo branco,
nem seja loirinho dos olhos clarinhos...

Mas desta vez prometerei amá-lo com menos medo!

domingo, 18 de janeiro de 2009

Nem

De repente haja uma luz pulando no fim do túnel e um farol quase acabado queira se reacender...
Mas calma, não é ele!

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

É Ele. De novo.

Eis que sufoca a alma assim
Retira toda a razão de mim
Faz-me nunca mais querer existir

Rouba meu ar
Leva-me as profundezas do inferno
Entorpece meu mundo com suas drogas
Embriaga meu ser
Chove no meu jardim

Ele chega feito ventarola
e varre minha sanidade...
Leva-me somente para longe de eu mesma
Caminhos que não sei voltar
Estradas que não posso trafegar

Sou refém, prissioneira, menina...
Amante, sem escrúpulos, sem amado!

Amo, droga!

Por estas idas e vindas, encontros e desencontros, esbarrões e tropeços, passo para confessar que amo mesmo é está impossível disfarçar; para informar que amo mesmo e parece que isso nunca vai ter fim!

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Poema - Cazuza


Eu hoje tive um pesadelo
E levantei atento, a tempo
Eu acordei com medo
E procurei no escuro
Alguém com o seu carinho
E lembrei de um tempo

Porque o passado me traz uma lembrança
Do tempo que eu era ainda criança
E o medo era motivo de choro
Desculpa pra um abraço ou consolo

Hoje eu acordei com medo
Mas não chorei, nem reclamei abrigo
Do escuro, eu via o infinito
Sem presente, passado ou futuro
Senti um abraço forte, já não era medo
Era uma coisa sua que ficou em mim
E que não tem fim

De repente, a gente vê que perdeu
Ou está perdendo alguma coisa
Morna e ingênua que vai ficando no caminho
Que é escuro e frio, mas também bonito porque é iluminado
Pela beleza do que aconteceu há minutos atrás

Na real

Da lista de grandes amigos
Que eu via há dez anos atrás
Há um que eu vejo todo dia
E uns oito que já não encontro mais...
Da lista dos sonhos que tinha
Apenas um desisti de sonhar!
Não havia amores jurados pra sempre
Mas todos consegui preservar...
Lugar onde ainda me reconheço
É na foto passada e não no espelho de agora.
Hoje é diferente do jeito que achei que seria...
Diversos amigos joguei fora!
Não havia mistérios que eu sondava
E muitos hoje consegui criar.
Muitos segredos que eu guardava
Hoje são bobos e ninguém quer saber!
Quantas mentiras eu condenava
E muitas tive que cometer.
Todos os defeitos sanados com o tempo
Eram o melhor que havia em mim...
Vinte canções que eu não cantava
Hoje assobio pra sobreviver!
Três pessoas que eu amava
Hoje acredito que amam a mim...

COMO A VIDA É REAL, NÃO?!