terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Cárcel.

A minha alma está engarrafada numa nuvem de fumaça negra... É pesada e densa. A estadia na prisão encarcera meu espírito, enquanto o mundo prende o meu corpo.

Enquanto tinha nas mãos o Livro Sagrado, meus olhos percorriam a história do velho Jesus em sua dolorosa tortura. Sem perceber, meus lábios sorriam quando lia e fixava imagens em minha cabeça sobre o flagelo, a coroa de espinhos, a cruz e aquele caos todo. Eu sou o seu flagelo, a sua dor profunda, o pedaço de carvão que jamais será um diamante em sua coroa real. Meu corpo pesa de braços abertos, feito a cruz que teve que carregar em suas costas. Sou o espinho que perfurou o seu olho e o fez perder a visão do homem. E mais do que isso, me imagino como quem chefiava a pregação na cruz, quem conduzia o açoitamento daquele Cristo. E estava ali o meu gozo humano. Pensar no divino, me tira daqui... Desta condição de simples mundano. Jesus neste momento pode ser minha salvação, minha redenção. Eu sinto como se Ele, de fato, me deva algo que precisa ser compensado.

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