quinta-feira, 30 de outubro de 2008

O Cordão de Prata


Disseram-me que somos ligados à vida por um “cordão de prata” que sai de nossos espíritos e liga-nos ao corpo material. Quando morremos é porque este mesmo cordão se rompeu.
E por quantas vezes esticamos tanto este Cordão que acreditamos estar partindo-o, mas no entanto, em breve nos vemos inteiros, e vivos, e respirando, e fazendo, e realizando, e concretizando.
No último dia 26 ao subir no palco junto ao que resta da galera orgueana senti os meus sentidos tão vitais pulsando dentro de mim... Talvez pela energia, pela troca, por um êxtase que não sentia a um bom tempo. Uma realização incomensurável de uma agonia que ardia dentro do peito e fazia latejar a cabeça, o corpo e a alma.
A gente pisa no palco. Convida a platéia que a principio é um tanto resistente. Cedem. Juntam-se a nós sobre o mesmo chão. Nos olham esperando algo súbito e tranqüilos iniciamos a apresentação de nosso processo. Vemos a morte perder seu domínio e o Cordão de Prata se fortificar intensamente com a energia que nos é transmitida com aquele público carregado de dádivas, tão perto de nós, nos oferecendo tamanha força positiva.
Em silêncio nos olhamos, sorrimos um riso entreaberto no canto da boca, olhamos ao nosso redor e nos sentimos atores de novo. É. Havia um quê de gente submissa e insegura dentro de nós que foi liberto. Sedentos de prazer, gritamos para nossos fantasmas que tentaram romper o Cordão: “Sentir o Org é Inevitável!”.


Nenhum comentário: