A virilidade grita dentro da caverna só para ouvir o eco,
A covardia senta na pedra com medo de cair.
A virilidade molha o corpo todo na cachoeira,
A covardia teme por afogar-se.
A virilidade caça pelo dia leões,
A covardia busca pela noite vagalumes.
A virilidade sufoca as lágrimas,
A covardia chora desenfreada.
A virilidade veste azul, rosa, branco,
A covardia usa preto, vermelho.
A virilidade corre pelos campos,
A covardia senta para tomar um vento gelado no rosto.
A virilidade nada até o fundo do mar,
A covardia pula sete ondas para dar sorte.
A virilidade anda descalça na rua de paralelepipedo,
A covardia toma banho de sapatos.
A virilidade nunca pisa nos freios do automóvel,
A covardia sempre lembra do cinto de segurança.
A virilidade dança na chuva,
A covardia carrega um guarda-chuva à tira-colo.
A virilidade canta músicas desafinadas,
A covardia escreve num quarto escuro.
A virilidade lateja,
A covardia esconde.
Quem sou?
Descubro-me e devoro-me.
Então calo.
Vivo covarde e viril simultaneamente.
E por qual vereda?
Nem eu sei!
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