sexta-feira, 27 de março de 2009

Por Ada Teixeira - Um Minuano

Conversava com minhas adoráveis amigas Daiane e Mayra nesta semana, num bar bacana, que fica ali em frente a praça Dom José Gaspar no Anhangabaú. Gosto do clima quente, à meia luz... Das pessoas que frenquentam bares noturnos com ar misterioso suspenso no olhar e trazem no semblante uma solidão incontestável.
Tocava música ao fundo. Um rapaz baixinho, com um violão acústico, tocava o que lhe pedia. E tocava bem. De Roupa Nova a Velha Guarda.
Minha amigas adriram a Cabala. E falavam sobre suas novas experiências e expectativas. O silêncio das ladainhas tecidas sobre a vida foi rompida por um comentário da adorável Daiane: "Músicas são como novos abraços daqueles que um dia passaram por nossos caminhos." Recuperei os pensamentos perdidos na imensidão do meu próprio mundo, enchi os copos com mais cerveja, brindamos e permeamos um pensamento musical.
As pessoas são músicas, as palavras são partituras, as idéias são canções... Tudo tão fragmentado, embalado em ritmos compostos pela exatidão do momento em que se vive. E hoje é dia de frevo.
Tenho sentido a vida colorida e os sons que vibram e permeiam a minha existência fazem com que eu dance um ritmo nada funesto, mas sim alegre. Os assobios de um instrumento qualquer, a sinfonia de uma valsa contente e os passos de um flamenco cadenciado. Tanta sofisticação, tanto barulho... e rompem com o nada.
Depois de umas e outras, Mayra assumiu o medo da noite. Daiane sorriu e disse adorar a noite. Eu, por minha vez, afirmei amar gente - nem todo mundo gosta das pessoas.
Foram umas birinights à mais. Uns risos daqueles que não damos a todo o tempo. Foi um minuano que varreu a poeira que adentrava em nossas almas impedindo-nos de permitir certas coisas, de nos permitirmos para a vida enfim.
Brindamos pela última vez cantando em coro: "SIM, TODO AMOR É SAGRADO!"
E já era hora de partir... O bar haveria de fechar.







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