segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Eu, Hystérica?!

Existem certas coisas em nossas vidas que perfuram nossa existência como punhais ferozes que estraçalham a carne... Outras coisas vêm serenas como um arco-íris após a insana tempestade que encobrira antes o ardente sol. No entanto, sentimentos que nos permeiam não devem jamais ser comparado a simples e meras coisas que nos acorrem ou passam por nós.
Sentimentos que me foram despertados após assistir “Hysteria”. Um espetáculo tão singelo em artifícios e tão intenso em emoções.
O tal de “sexo frágil” sempre me fez sentir realmente esta fragilidade, qual nunca soube dizer ao certo se me fazia bem ou mal. Não fui de admirar as imensas ladainhas que profetizavam sobre filhos, guerras e purezas... (Sim!, descobri que as mulheres defendem sua leveza de alma!) Entretanto, desvendei que somente a força absoluta nos concede o dom de geradoras,q eu necessitamos alimentar as lacunas existências com a presença de seres que nos acompanharão pelo resto de nossas vidas como verdadeiramente nossos e que perdidas e imersas no mundo de nossas próprias naturezas nos encontramos na mais plena paz de espírito. Então percebo que o “frágil” é na realidade “guerra”! A luta contra si mesma, contra nossos fantasmas visíveis e invisíveis, contra a primavera amarga, contra a solidão da valsa que embalamos no peito, contra a poesia que transformamos em lagrimas; é uma batalha incessante. E somos guerrilheiras protagonistas, guerrilheiras solitárias. Inaderente a frustrações e tragédias.
Pela primeira vez tive vontade de agarrar a mulher que habita em mim com medo estonteante de perdê-la. Não de abraçar um que passasse a minha frente, ou cantar junto a canção que soava ao fundo, ou me entregar felina ao coito... Senti vontade de tocar a imagem que me reflete: a mulher que tem medo, a menina que saracoteia, a garota que mente para sorrir e sorri para tentar viver e não simplesmente existir...
Descobri também que sou prisioneira de mim mesma e como isso é lindo...
Sei que deveria estar lá, em meio a risos e lágrimas, ambos compulsivos, meus olhos verem e meus ouvidos ouvirem... E mais do que isso: meu coração se emocionar e minha alma sentir. Talvez só um espetáculo; para mim uma luz, um caminho...

domingo, 14 de setembro de 2008

Você..."F"


Você, que tanto tempo faz,
Você que eu não conheço mais
Você, que um dia eu amei demais
Você, que ontem me sufocou
De amor e de felicidade
Hoje me sufoca de saudade
Você, que já não diz pra mim
As coisas que preciso ouvir
Você, que até hoje eu não esqueci
Você que, eu tento me enganar
Dizendo que tudo passou
Na realidade, aqui em mim
Você ficou
Você que eu não encontro mais
Os beijos que já não lhe dou
Fui tanto pra você

E hoje nada sou.

Pedaço frágil

A fragilidade...
Ah, como se parece com uma flor de outono...
Ficamos a admirando, observando sua beleza, sua inquietude. No entanto ela logo desfalece, finda, morre.
Não quero ser uma flor de outono, tão pouco firmar-me num precipício de fragilidades mórbidas e moribundas.

- Eu desejei muito que o Cara que perturbou por tanto tempo meu sonho viesse de encontro meu, mas agora cansei. Sabe quando tudo vira um pesadelo, onde você somente se enxerga num labirinto infernal, acorrentado?

Por falar em acorrentada...
- Cansei do Velhote que também me acorrenta a alma. É só eu me sentir fraca que ele domina meus pensamentos. Ai, que desgraça!

- O Guri irritou-me profundamente. Meninos... Nem sempre são só garotos, mas na maioria das vezes são menos que isso! E ele? Não entendo... Pensei que fosse tão parecido comigo. Talvez seja, .

Credo! Isso tem se tornado meu diário "lamurial"! Que infelicidade!

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

No palco


TALVEZ HOJE EU NÃO SAIBA QUEM SOU
TÃO POUCO CONHEÇA O MEU VALOR...
E O TEMPO? NUNCA FOI MEU BOM AMIGO...



Depois de glórias, gritos, euforias, cá estou.
Apresentação formidável a de ontem.
Teatro lotado. Revi minha diva do teatro. Ângela Barros continua a mesma estrela repleta.
Saudoso palco. Aplausos. Ritmo desritmado. Adrenalina. Gente.
Acho que o nosso publico atingiu a umas 400 pessoas.
Uma imensa surpresa!
Alguns amigos se fizeram presentes. Outros ausentes.
Mas fique feliz pelos que foram me prestigiar. Muito.



Meu coração puto não assume outra forma.
Esperei que seu dono do momento adentrasse por lá no teatro.
Fizesse minha respiração falhar, meus olhos brilharem...
Mas ele não foi. Tudo bem.


Adormeci pensando naquele outro que reencontrei por estes dias.
Tão imensamente belo, dotado de dons divinos e tal e coisa e coisa e tal.
E quando acordei sorri. Mas também tive vontade de chorar.
Não queria ser tão voluvelmente dispersa.
Mudar tão constantemente de hábitos, lugares e pessoas.
Queria ter a constante constância da tempestade de atormenta minha alma.
Ela é sempre tão presente e quieta.


Quanto ao ultimo cara que fez meu peito arder...
Já não quero mais sonhos, nada - em absoluto!
Que sua vida caminhe em direção ao barco perdido. Só.



"Danço no silêncio, choro no Carnaval.. E quer saber? Demore, sim!"

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Tormentas vãs

Infelizmente sou mega-maníaca-carente que endoidece a cada ausência e a cada solidão lacunar...
Desejo muito que meu Menino venha logo, mas se demorar, e se não vier... Desejo então que meu peito saiba esperar, e só.
Atravanquei meus passos perdidos e o desconhecido não mais me sorriu.
O Cara que antes me consumia pouco me olha e já hoje não vejo mais brilho nos teus olhos pálidos, nem caminho nos teus caminhos confusos. A fala mansa não é mais louca e o timbre da voz não mais me encontra como outrem.
E eu só queria que o milagre que sempre esperei viesse a atingir minhas veias, minhas entranhas, meu ser inteiro...

Ai, peguei-me pensando, visitando o infinito particular daquele que uns invernos atrás levou minha alma para o inferno, ou mesmo trouxe o inferno para minha alma...
Tão homem, viril... Tão covarde, inconstante!

Só quero minha paz de espírito agora, sim?!

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Eu te amo - Chico Buarque/Tom Jobim

Ah, se já perdemos a noção da hora
Se juntos já jogamos tudo fora
Me conta agora como hei de partir
Se, ao te conhecer, dei pra sonhar, fiz tantos desvarios
Rompi com o mundo, queimei meus navios
Me diz pra onde é que inda posso ir
Se nós, nas travessuras das noites eternas
Já confundimos tanto as nossas pernas
Diz com que pernas eu devo seguir
Se entornaste a nossa sorte pelo chão
Se na bagunça do teu coração
Meu sangue errou de veia e se perdeu
Como, se na desordem do armário embutido
Meu paletó enlaça o teu vestido
E o meu sapato inda pisa no teu
Como, se nos amamos feito dois pagãos
teus seios inda estão nas minhas mãos
Me explica com que cara eu vou sair
Não, acho que estás te fazendo de tonta
Te dei meus olhos pra tomares conta
Agora conta como hei de partir?!

metade*

Eu perco o chão, eu não acho as palavras
Eu ando tão triste, eu ando pela sala
Eu perco a hora, eu chego no fim
Eu deixo a porta aberta
Eu não moro mais em mim


Eu perco as chaves de casa
Eu perco o freio
Estou em milhares de cacos, eu estou ao meio


Onde será que você está agora?



quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Repete.

As cruéis batalhas me arremessam ao chão, logo meu sangue escorre, lava a alma, tingindo-a.. As vezes dá coragem, mas as vezes não. Na maioria das vezes tenho medo... Medo de sair na rua, olhar teus olhos, não respirar de teu sorriso de ouro.
Esqueço-me de tudo e vivo de infortúnios sempre tão vindos...

E ele nem vê a nada.


NÓS

Nós dois somos um barco que naufraga em rumos distintos, ao passo que também paralelos...
Da garganta que eleja contra a ânsia de uivar para a imensidão inteira e da boca surge a vontade de lábios encontrarem-se. E o sabor de mel morre na solidão inóspita e tão vazia quanto os passos do guarda noturno.
Uma única palavra que soa na cabeça, dentro dos pensamentos, é NOSTALGIA. A vontade de encontros contínuos passados repetem-se. As ganas estão todas confundidas dentro da alma e bagunçou todas as estradas que os pés poderiam seguir.
O mar... Arrasta a areia no seu vai-e-vem, agita a calmaria, subordina a louca quimera e o oceano inteiro move. Sinto minha vida embaraçar, mistificar, fabular, untar, transgredir.
Em nosso barco os mesmos discos e livros ocupam a prateleira. Cantamos pela viagem canções ímpares, dançamos equalizados, sonhamos o mesmo sonho, lemos iguais poesias.
Nossas palavras se encontraram. Os ecos soaram com força. O perfume das rosas se perdeu pelos ares. A velocidade dos ventos aumentaram. As luzes frequentes falharam. As árvores saudaram o pássaro carpinteiro. É a alma que quer pertencer muito mais que os corpos. A gente preenche o mesmo palco. Pintamos o quadro verde juntos.
Meu espírito sedento te buscou no silêncio da frívola ausência num sonho lindo de destinos perturbados e até ti não cheguei. Fora a indisposição do caminho perdido, do sentido oprimido.
A vulgaridade das palavras não se fez em nossas conversas banais e nos pequenos segundos de insanidade. Os risos pelas mesmas graças se faz satisfatório as ações cabulosas e extravagantes que cometemos.
Desejo que ondas boas tragam paz de espírito, cuidado mútuo, sonhos de madrugada, palavras loucas, beijos ardentes, braço na cintura, músicas para recordar, jogos para jogar, cheiros de gente no ar, utopias históricas, carinho e que as ondas más arrastem a ausência, a carência mista a solidão e a imóvel distância. E que o vento aproxime seu cais do meu porto e esse povo todo que é uma ilha se cale ao nosso enlace insaciável.
Que os objetos se percam, as mãos afaguem, os lábios beijem, os corpos esquentem, os discos toquem, os olhos mirem, as forças reajam, as nostalgias encontrem, as energias vibrem, o oceano seja um só.

Que vontade enorme de de você, Menino!