Existem certas coisas em nossas vidas que perfuram nossa existência como punhais ferozes que estraçalham a carne... Outras coisas vêm serenas como um arco-íris após a insana tempestade que encobrira antes o ardente sol. No entanto, sentimentos que nos permeiam não devem jamais ser comparado a simples e meras coisas que nos acorrem ou passam por nós.
Sentimentos que me foram despertados após assistir “Hysteria”. Um espetáculo tão singelo em artifícios e tão intenso em emoções.
O tal de “sexo frágil” sempre me fez sentir realmente esta fragilidade, qual nunca soube dizer ao certo se me fazia bem ou mal. Não fui de admirar as imensas ladainhas que profetizavam sobre filhos, guerras e purezas... (Sim!, descobri que as mulheres defendem sua leveza de alma!) Entretanto, desvendei que somente a força absoluta nos concede o dom de geradoras,q eu necessitamos alimentar as lacunas existências com a presença de seres que nos acompanharão pelo resto de nossas vidas como verdadeiramente nossos e que perdidas e imersas no mundo de nossas próprias naturezas nos encontramos na mais plena paz de espírito. Então percebo que o “frágil” é na realidade “guerra”! A luta contra si mesma, contra nossos fantasmas visíveis e invisíveis, contra a primavera amarga, contra a solidão da valsa que embalamos no peito, contra a poesia que transformamos em lagrimas; é uma batalha incessante. E somos guerrilheiras protagonistas, guerrilheiras solitárias. Inaderente a frustrações e tragédias.
Pela primeira vez tive vontade de agarrar a mulher que habita em mim com medo estonteante de perdê-la. Não de abraçar um que passasse a minha frente, ou cantar junto a canção que soava ao fundo, ou me entregar felina ao coito... Senti vontade de tocar a imagem que me reflete: a mulher que tem medo, a menina que saracoteia, a garota que mente para sorrir e sorri para tentar viver e não simplesmente existir...
Descobri também que sou prisioneira de mim mesma e como isso é lindo...
Sei que deveria estar lá, em meio a risos e lágrimas, ambos compulsivos, meus olhos verem e meus ouvidos ouvirem... E mais do que isso: meu coração se emocionar e minha alma sentir. Talvez só um espetáculo; para mim uma luz, um caminho...
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