Não há ninguém sentado na calçada
Não há ninguém perdido pela estrada
Não há ninguém habitando o vilarejo
Há o vázio, o credo eo desmazelo
Não há ninguém de passo errado
Não há ninguém contando o tempo
Não há ninguém que chore de alegria
Há a carência, a ausência e a dúvida
Não há ninguém no abraço quente
Não há ninguém nos beijos inóspitos
Não há ninguém alarido a viela
Há a dor, a solidão e o rancor
Não há ninguém que toque violoncelo
Não há ninguém a bailar exuberante
Não há ninguém ouvindo tango
Há o silêncio, a amargura e o calvário
Não há ninguém com calor humano
Não há ninguém sorrindo com a alma
Não há ninguém visitando o sétimo céu
Há o purgatório, a sede e a fome
Existo eu, meu papel e meu rádio-relógio a funcionar e soar
Tempo...
Tempo...
Tempo...
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