segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Na primavera de outrem

Foi na primavera de outrem que eu o conheci...
Estava lindo. Com sua atmosfera magnetizante, ao mesmo passo que também enigmática e tímida.
Escondido atrás de seu violoncelo ensaia tirar algumas notas para tocar na nostalgia primaveril.
Diante ali do palco improvisado, entre cenas mirabolantes, alucinações, resgates de vida, incerteza e criatividade tentando fluir eu o identifiquei.
Não resisti e me aproximei. Sorri e disse uma bobagem qualquer. Nada mais, ou demais. Havia que ter silêncio.
Depois, em meio a porção de gente passando apressada, quase nus, outros com os cabelos alvoroçados, outros ainda sem maquiagem alguma, paro na frente dele que me sorri. Dá-me um beijo no rosto e curioso me pergunta:
-Me responde uma coisa... Como você faz pra deixar sua boca azul assim?
Respondi: - Assim, assim...

Daí rimos... Ele tão perfeito e eu tão atriz.

Depois, como amei este homem.
Hoje como amo este homem.
E foi na primavera que passou...
Já nesta, sinto que a mágica acabou, o cristal rompeu-se.
Nem sei o que se passa mais comigo...

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