segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Labios compartidos - Maná

Sensualissima!

Amor mío
Si estoy debajo del vaiven de tus piernas
Si estoy hundido en un vaiven de caderas
Es tu es el cielo, es mi cielo

Amor fugado
Me tomas, me dejas, me exprimes y me tiras a un lado
Te vas a otro cielo y regresas como los colibris
Me tienes como un perro a tus pies


Otra ves mi boca insensata
Vuelve a caer en tu piel
Vuelve a mi tu boca y provoca
Vuelvo a caer de tus pechos a tu par de pies

Labios compartidos
Labios divididos mi amor
Yo no puedo compartir tus labios
Y comparto el engaño
Ni comparto mis dias y el dolor
Yo no puedo compartir tus labios
Oh amor, oh amor
Compartido


Amor mutante
Amigos con derecho y sin derecho de tenerte siempre
Y siempre tengo que esperar paciente
El pedazo que me toca de ti
Relampagos de alcohól
Las voces sólas llóran en el sol
Mi boca en llamas torturada
Te desnudas angel hada luego te vas


Otra ves mi boca insensata
Vuelve a caer en tu piel de miel
Vuelve a mi tu boca duele
Vuelvo a caer de tus pechos a tu par de pies

Labios compartidos
Labios divididos mí amor
Yo no puedo compartir tus labios
Que comparto el engaño
Y comparto mís dias
Y el dolor
Ya no puedo compartir tus labios
Que me parta un rayo
Que me entierre el olvido mi amor
Pero no puedo más
Compartir tus labios
Compartir tus besos
Labios compartidos


Te amo con toda mi fe, sin medida
Te amo aún que estes compartida
Tus labios tienen el control


Te amo con toda mi fe, sin medida
Te amo aún que estes compartida
Y sigues tu con el control, control...



.nós.



Veja a imensidão da lua e a distância das estrelas... E sinta a minha saudade e sua ausência.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Ir

Por que é tão dificil desistir daquilo que a gente tanto ama? Não estou desistindo de ti, meu amado! Estou gritando: "Voa!" E assim te colocando em liberdade...

Céu X Inferno

Pensei ter o mundo em minhas mãos...
De repente, senti o inferno aos meus pés!

Aos milhares

Mil demônios percorrem meu corpo,
todos eles me faz querer gritar!
Mil santas oram em meus ouvidos,
todas elas quero calar!
Mil deuses perturbam minha noite,
mas não, sozinha não quero estar!

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Você.

O AMOR dói.
A SAUDADE dói.
A MORTE dói.
A LÁGRIMA dói.

FICAR dói.
PARTIR dói.

VOCÊ me dói.
Seus BEIJOS, ABRAÇOS e CARINHOS...
Amanhã nunca está junto a mim!

.Sonho.

Se era só um sonho podia ter me deixado dormir um pouco mais...

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Hoje, na hora do almoço chorei...
Mas confesso que não sei se foi por cortar a cebola,
ou porque te amo!

A hora íntima - V.M.

UM DIA, casualmente, eu disse a um amigo que a guitarra, ou violão, era "a música em forma de mulher". A frase o encantou e ele a andou espalhando como se ela constituísse o que os franceses chamam um mot d'esprit. Pesa-me ponderar que ela não quer ser nada disso; é, melhor, a pura verdade dos fatos.
0 violão é não só a música (com todas as suas possibilidades orquestrais latentes) em forma de mulher, como, de todos os instrumentos musicais que se inspiram na forma feminina — viola, violino, bandolim, violoncelo, contrabaixo — o único que representa a mulher ideal: nem grande, nem pequena; de pescoço alongado, ombros redondos e suaves, cintura fina e ancas plenas; cultivada, mas sem jactância; relutante em exibir-se, a não ser pela mão daquele a quem ama; atenta e obediente ao seu amado, mas sem perda de caráter e dignidade; e, na intimidade, terna, sábia e apaixonada. Há mulheres-violino, mulheres-violoncelo e até mulheres-contrabaixo.
Mas como recusam-se a estabelecer aquela íntima relação que o violão oferece; como negam-se a se deixar cantar, preferindo tornar-se objeto de solos ou partes orquestrais; como respondem mal ao contato dos dedos para se deixar vibrar, em benefício de agentes excitantes como arcos e palhetas, serão sempre preteridas, no final, pelas mulheres-violão, que um homem pode, sempre que quer, ter carinhosamente em seus braços e com ela passar horas de maravilhoso isolamento, sem necessidade, seja de tê-la em posições pouco cristãs, como acontece com os violoncelos, seja de estar obrigatoriamente de pé diante delas, como se dá com os contrabaixos.
Mesmo uma mulher-bandolim (vale dizer: um bandolim), se não encontrar um Jacob pela frente, está roubada. Sua voz é por demais estrídula para que se a suporte além de meia hora. E é nisso que a guitarra, ou violão (vale dizer: a mulher-violão), leva todas as vantagens. Nas mãos de um Segovia, de um Barrios, de um Sanz de la Mazza, de um Bonfá, de um Baden Powell, pode brilhar tão bem em sociedade quanto um violino nas mãos de um Oistrakh ou um violoncelo nas mãos de um Casals. Enquanto que aqueles instrumentos dificilmente poderão atingir a pungência ou a bossa peculiares que um violão pode ter, quer tocado canhestramente por um Jayme Ovalle ou um Manuel Bandeira, quer "passado na cara" por um João Gilberto ou mesmo o crioulo Zé-com-Fome, da Favela do Esqueleto.
Divino, delicioso instrumento que se casa tão bem com o amor e tudo o que, nos instantes mais belos da natureza, induz ao maravilhoso abandono! E não é à toa que um dos seus mais antigos ascendentes se chama viola d'amore, como a prenunciar o doce fenômeno de tantos corações diariamente feridos pelo melodioso acento de suas cordas... Até na maneira de ser tocado — contra o peito — lembra a mulher que se aninha nos braços do seu amado e, sem dizer-lhe nada, parece suplicar com beijos e carinhos que ele a tome toda, faça-a vibrar no mais fundo de si mesma, e a ame acima de tudo, pois do contrário ela não poderá ser nunca totalmente sua.
Ponha-se num céu alto uma Lua tranqüila. Pede ela um contrabaixo? Nunca! Um violoncelo? Talvez, mas só se por trás dele houvesse um Casals. Um bandolim? Nem por sombra! Um bandolim, com seus tremolos, lhe perturbaria o luminoso êxtase. E o que pede então (direis) uma Lua tranqüila num céu alto? E eu vos responderei; um violão. Pois dentre os instrumentos musicais criados pela mão do homem, só o violão é capaz de ouvir e de entender a Lua.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Cela

Eu estou presa nesta cela.
Mas dentro dela ainda posso voar!

Cravar.


Beba-me em doses lentas,
degustando meu sabor em seu paladar...
Trague-me em inspiradas intensas,
para meu cheiro te desorientar...
Tenha-me em ritmos diferentes,
para sentir o meu pulsar, a calmaria, a agonia...
Transforme a cama em mesa!
Coma partes distintas de mim,
Sinta o tremor de meus lábios,
Vibre no pesar de meu corpo.
Perca a noção do limite!
Vista-se para a noite,
Fique nu para o dia,
Venha aqui pela tarde.
Vire,
Revire,
Entre em mim!
Saia de mim!
Perca-se,
Pelos cabelos, pelos seios, pelos pêlos, pelos pés!
E permita-me,
Na sua alma,
Pela sua carne,
Desorientar-te!





quinta-feira, 8 de outubro de 2009

De mim - Ada

Já não sei falar do tempo, nem das armas que deixei pelo caminho... Tão pouco posso ter discernimento e controle do meu prazer. E foi naquela estação de trem que perdi as minhas poucas e últimas razões...
Descubro-me a cada passar de dia, noto o quanto sou volúvel a música que é entoada ao fundo, pela vitrola já desgastada pelo correr dos anos. O meu pensamento não é complexo, porém tão menos linear. Possivelmente eu seja justa, no entanto a única certeza que carrego é a da fidelidade a mim mesma, aos meus desejos. Já perdi tantas vezes, ganhei tantas outras, e não me importa mais competir comigo. Cansei de me cansar e tantas insistidas vezes correr contra o instante completo.
O (meu) passado tem o peso de uma caixinha musical, em que toda vez que a abro salta a pequena bailarina, de saia rodada, equilibrando-se sobre a ponta dos pés,e rodando, e movimentando nostalgicamente o segundo, e com os braços erguidos implorando apego. Sem parar, sem cessar, sem desistir. E “bum”! A fecho de novo.
O (meu) futuro é utópico. Lembro-me de fazer dele uma quimera e possivelmente por isso eu viva descontente. E esse descontentamento me faz encarar a vida como uma ausência contínua, mas que pouco me importa estar completa. Gosto de sofrer antecipadamente pelo o que não aconteceu. Gosto de fazer planos e gosto, algumas vezes, a maioria das vezes, que eles falhem, não aconteçam como planejei. E o futuro é uma bolha de sabão que estoura no ar e seus respingos molham fragmentadamente por aí teias que teci.
Já o presente... (o meu) Deixo escorrer pelos dedos dos que e que me possua!...
E no fim, o trem, de alguma maneira, já partiu mesmo...


domingo, 20 de setembro de 2009

.Sobre a manhã passada.

Só peço que esqueçam de me acordar!


sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Fotografia

Parece um olho que tudo vê,
uma boca que fala sem mover,
um coração de ilusão profunda...


A atemporalidade que temporaliza,
o respiro eternizado,
a descrição de emoções...

Parado, movimento, gente
terra, mar, céu
poço, música, fosso...

Paralização do móvel no ar,
desvio do concreto indireto,
ideal do "se foi, se fosse..."

O agora que acabou,
a luz que figurou,
o momento que ficou...

Verde, amarelo e azul,
zombarias flutuantes,
cinza, preto e branco...

Verdade multifacetada,
mentira efêmera,
caso casual...

Multiplicidade.
Lateralidade.
Unidimensionalidade.



domingo, 13 de setembro de 2009

Logo.

Embora os dias tenham passado com o peso de quem fica;
mesmo que as horas tenham corrido como pássaro que perde o destino;
ainda que os segundos sejam todos uns tecidos convites;
Continuo aqui, inconstante, com a leveza de quem quer ir longe...

Vê se vem logo.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

À flor da pele


Ando tão à flor da pele
Qualquer beijo de novela
Me faz chorar
Ando tão à flor da pele
Que teu olhar "flor na janela"
Me faz morrer
Ando tão à flor da pele
Meu desejo se confunde
Com a vontade de não ser
Ando tão à flor da pele
Que a minha pele
Tem o fogo
Do juízo final...

Barco sem porto
Sem rumo, sem vela
Cavalo sem sela
Bicho solto
Um cão sem dono
Um menino, um bandido
Às vezes me preservo
Noutras, suicido!

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Presença

E o espelho da manhã seguinte já não é o mesmo da noite que passou...
O corpo vestido, a alma nua, o pé no chão
A aversão ao improvável...
A toalha sobre a cama, a janela fechada, balões inflados no ar
E do outro lado da rua a calçada está desabrigada
O vento soa, e ecoa, e voa, e atormenta, e acorrenta...
Há o desequilíbrio no precipício, calcado em plataformas onduladas
Deixando rastros de vertigem, apiedando a queda repentina
Se faz o silêncio! Ecoando em notas de uma guitarra sem cordas
E o vilarejo de portas fechadas deixa abrigar os ruídos de uma lástima
Suspende e dispenca a virilidade do tempo comprimido...
Mas a hora na ampulheta discorre!

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

E agora?!


Sobra dentro da alma um grito querendo ecoar,
uma fadiga de estar em frente a TV mais uma vez.
Resta dentro do corpo uma agonia queimando por dentro,
um desespero vibrando por fora.
Fica uma insônia dominando minhas noites,
um motor gemendo do lado de dentro do meu coração.
Vive o passo trôpego na beira da estrada.
Morrem as certezas dos caminhos a se seguir.




segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Lê-lê

Na verdade eu não quero ir embora, mas também não quero mais ficar exatamente aqui!
Esse jogo de zero a zero tem feito-me loucamente confusa.
Mas amo essa sensação de volta, de esperar o telefone tocar, de alguma música lembrá-lo, de algum som rolar, de uma nostalgia começar...
Quero pular deste precipício... E agora pouco importa quem irá me amparar!

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Aquela

Sabe aquela coisa que fica oscilando,
querendo descer,
querendo rolar,
querendo cair?

Pois é. Está aqui!

sábado, 1 de agosto de 2009

Loucura!

Com as borboletas no estômago,
com novos presságios,
com outros ideais,
com sede, vontade e fome!

É Ele... Ele mesmo.
Em carne e osso. Alma e espírito. Luz na escuridão.
Belisque-me!

domingo, 26 de julho de 2009

Tempo

Como diz em Eclesiastes:
Tudo tem a sua ocasião própria, e há tempo para todo propósito debaixo do céu.
- Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou;
- tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derribar, e tempo de edificar;
- tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar;
- tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de abster-se de abraçar;
- tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de deitar fora;
- tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar;
- tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz.

Falar do tempo pode não ser a coisa mais penetrante em mim ou para mim, mas hoje me pego sentindo falta de gente de verdade, vivendo em tempos de verdade, com suas próprias verdades. Não há mentiras para quem conjuga sua vida com exatidão; e não é essa exatidão matemática, calculada e certeira, mas sim aquela que mede a quantidade exata para fazer algo funcionar, para poder mover, para ter sensações e motivos reais. Daí as pessoas passam a ser mais humanas.
O ser humano tem medo do tempo passar. De ver os dias escorrerem, de sentir a estação mudar, de andar no trem errado ao menos uma vez, de desaperceber quem fica a acenar. É fato que não é possível retroceder, no entanto é muito simples fazer o inusitado, buscar o novo outra vez, e aceitar que não será igual, mas que a intensidade propõe outros caminhos, distintas energias.
Eu não tenho medo de parar onde estou. Nem de romper. Nem de recomeçar. Nem de desviar. Nem de começar de novo. Nem de ser abstrata. O que me incomoda é ser cíclica sempre, andar sempre descalça, dirigir numa marcha lenta. Gosto de ver as coisas acontecerem, sentir o ar batendo forte no rosto, pisar em cacos por algumas vezes.
Sei que o que há de ser, tem muita força. E isso basta para sentir-me segura agora.



Coisa.

E fica essa coisa assim quase a beira de um naufrago, quase deslizando pelo corpo, quase suando frio, quase fazendo um filho...
É uma coisa que vai não se sabe para onde e volta não se sabe porquê. Corroe minhas entranhas, absorve minha alma, mancha meu querer, enlouquece minha cabeça.
A coisa fica presa no peito e solta pelo espaço. Fica no colo para aquecer e no tempo para refrescar. Fica do lado de dentro para marcar território e de fora para ter sempre razão. Fica de frente para ser golpeada e de costas para ser massageada. Fica na loucura para ter santidade e na sanidade para ter explosões.
E essa coisa tem me feito viver... Ansiosa e louca. Paciente e amada. Bem e perturbada...

quinta-feira, 23 de julho de 2009


Para se viver um grande amor não é preciso pijama de listras, chinelos macios, água no toucador. Para se viver um grande amor não é preciso letra segura, espelho que reflete os corpos nus. É preciso, sim, paixão, lucidez e loucura. Pra se viver um grande amor é preciso andar no bonde errado, amassar os travesseiros, quebrar os castiçais. Também fumar o cigarro pelo filtro, tomar iogurte com licor de anis, ver que a vida está sempre por um triz. Para viver um grande amor é preciso ter ciúme da mulher amada, imaginá-la sempre em cama errada, alvejar com o dardo do ódio o olhar do oponente, fazer do sexo suado uma lembrança onipresente. Para viver um grande amor é preciso empurrar o mesmo carro, rir do mesmo medo, saber a hora certa de revelar todo o segredo Para se viver um grande amor é preciso ausência da vergonha, babar, gozar, chorar na mesma fronha, enxergar com ternura as manchas dos lençóis. É preciso segurar o ponteiro dos segundos, remontar o velho filme de outra maneira, saber que da fração rompida não se faz a conta inteira É preciso engolir, digerir, expelir, fazer do ir e vir o ritmo do aprendizado, reinventar a noção do pecado e exorcizar antigos demônios. Para se viver um grande amor é preciso caiar a cabana ao cair do dia, fazer da melancolia um novo alento, colocar um capacete para dar com a cabeça no muro. É preciso não prever o futuro, lavar as mãos de graxa na torneira, deixar queimar o pão na torradeira e o leite fervido talhar no copo. É preciso covardia, tomar emprestado aquilo que não se devia, arrastar para o fundo o que para o raso servia. Para viver um grande amor é preciso estar perdido em si mesmo, os joelhos na areia e o sexo na lava, é preciso fazer do afago um golpe de clava, é preciso ser gentil, cordato, animal. Também necessária é a ruptura, costurar o machucado com fio de cobre, tecer o perdão em fio de ouro, esticar a vingança com navalha de prata. Para se viver um grande amor é preciso estar ferido. Para se viver um grande amor é preciso entornar a sopa chinesa, rir dos pés sujos, da obsoleta sobremesa. Urge também caçoar do velho disco de vinil que foi riscado, da mola do colchão que cutuca a coluna. É preciso estar tão junto quanto morar lado a lado, é preciso azulejar a passagem em tons de azul e sobretudo inverter os pontos cardeais. Para se viver um grande amor é preciso o olhar do bandido, a agonia da presa, o susto que o rato toma quando a luz é acesa. Para se viver um grande amor é preciso aprender alguns versos, riscar o bom senso da poesia, jogar água fria no rosto, vencer o torpor da apatia. Enfim para se viver um grande amor, é preciso mais que um tubo, mais que um ensaio, mais que um coração ferrado. É preciso ter certeza que mesmo um grande amor dissecado, um grande músculo distendido pode, mesmo que sadio, pra sempre estar perdido.


segunda-feira, 20 de julho de 2009

A reticência

"..." - E eu gosto de me sentir reticência! (s.f. Supressão ou omissão voluntária de uma coisa que poderia ou deveria ter sido dita: a própria coisa omitida. Retórica Figura pela qual o orador, interrompendo-se, faz perceber o que não quer dizer expressamente.)



quarta-feira, 8 de julho de 2009

Despedida

Que seja em forma de vendaval, ou mesmo de uma tempestade... Não obstante é dura a partida.
Foi naquele sonho quase perfeito, onde nossas peles sentiram seu calor, seu cheiro... Em que meu pesar ficou sobre seu pecado.
E depois do reencontro ocasionado, da transmissão de sentidos, da aurora raiando mais de uma vez, o amor vibrou forte e lento, terno e poderoso, ao passo que calmo e piedoso.
Fosse uma despedida, mas foi mais limpo e lindo que isso. Foi como o abraço de quem quer ficar, como os olhos de quem chora de alegria, como o sorriso que vem após lágrimas.
Era hora de partir, desfazer os nós. Eles assim o fizeram. Eu assim o fiz. Assim o senti. Assim, assim.

"Acho que sempre lhe amarei, só que não lhe quero mais!" - E não é desejo, nem vaidade. Agora, vamos?!


E?!

As vezes é preciso parar, voltar atrás... Retroceder. Em outras é o momento de ir adiante e se livrar dos pesos que ficam.
Mas que covardia seria a minha em deixar um troço da minha alma aqui! E que multilação permanecer!
E o que é o amor?!

domingo, 5 de julho de 2009

Temporal


O melhor temporal de verão fez chover de novo. Ou por outra, aqueceu o inconstante inverno!...

Outono

O Outono que passou foi o melhor de toda minha vida. O melhor.


sexta-feira, 3 de julho de 2009

Episódio Djavu. Ele e Ela.


E quando Ela chegou ali, logo Ele foi avistado.
O coração falhou aquelas batidas, como era previsível.
Ele passou descompassado, sem notar, sem ser demais tingido pelas cores que estavam ao redor dela.
Os acordes do baixo, as vozes todas, tudo fantástico. E o olhar dEla sempre atento. Um cigarro, depois outro. E a testa dEle seguia sempre franzida. O cabelo mais curto desta vez. Um ano mais velho. A mesma mágica nos olhos.
E o peito dEla ardendo na vontade de perder-se e perder o juízo e as causas não concretas. E ir embora era mais forte, como o desejo de fugir de tudo e de todos. O seu olhar procurou o dEle mais uma vez. E outra. E de repente se esbarraram!

Mas nada mais existiu. O vento varreu a presença dEle. O silêncio calou o amor dEla.


O tal carinho

Talvez esse carinho, ou isso que eles chamam de carinho, conserve acesa dentro de mim está agonia de querer viver. Sim, porque hoje querer viver já virou uma agonia infindável e dela quero estar respirando, sentindo o bater do meu coração...
E as direções foram todas trocadas, o amado já não é mais tão desejado, mas ainda tão querido. Os sinos dobram na hora do almoço, o inverso entra pela porta que ele deixou aberta.
As perguntas precisas não me respondem e os risos não lascivos não se dirigem a mim de encontro ao meu calor.
E seguir a viagem é necessário. Não que esteja sendo prazeroso...

sexta-feira, 26 de junho de 2009

.Não.

Não sei porque eu li tantas vezes as cartas que você nunca me mandou e cantei tantas vezes a musica que você nunca soube que era nossa...
Não entendo como consigo sorrir tantas vezes com um gosto amargo na boca e um suor desconhecido em meu rosto...
Não acredito que você nunca fechou a porta qual jamais entendeu ter aberto um dia, sem receio nem mesmo medo de errar...
Não entendo esta minha falta de medo de ter um desconhecido de longas datas ao meu lado e o desejo que sinto de tê-lo ao lado do meu leito e dormir ao meu lado e acordar no dia seguinte e tocá-lo e ele me tocar...
Não sei quantas vezes eu disse adeus e recuei retornando meus pensamentos e trazendo-os novamente ao teus pés...
Não acredito em todas as vezes que quis me prender ao teu caminhar pausado e agarrar-me em teus pêlos...
Não aceito meus medos, nem mesmo os teus, não quero nosso anseio e nem mesmo nosso desgosto...
Não quero hoje e nem mais um dia não querer você, não querer nossa loucura vã que corre o mundo de mãos dadas...
Não desejo beijos eternos que não partam dos teus lábios, nem abraços infinitos que não são teus enlaços...
Não quero rubi, nem açúcar mascavo, nem o céu, nem as estrelas, nem minhas unhas vermelhas se não tiver aqui o teu perfume que desconheço...
Não rirei meu riso bobo, nem farei mais minha cara de assustada quando te reencontrar se por caminhos inexatos teus passos continuarem a vagar...
Não continuarei meus versos, nem prosas e menos ainda escreverei poesias enquanto não beber teu liquido sadio e vital que reacenderá a minha alma e me trará o amor eterno que rogam minha veias para continuarem a latejar e pulsar!

Ele... de novo!

Desisto de quaisquer armas para te esquecer!
Amo mesmo.

E ter te visto assim, desprevenido ambos, abertos para um abraço qualquer do espaço e das esperanças saudosas, deixou estas marcas acesas dentro de mim.
Sonho contigo, mesmo sem querer!

domingo, 14 de junho de 2009

Casais para se inspirar no inverno!

Sarah e Nelson - Doce Novembro
Edward Lewis e Vivian Ward -Uma Linda Mulher
Bridget Jones e Daniel Cleaver - O Diario de Bridget Jones
Sam Wheat e Molly Jensen - Ghost - Do Outro Lado da Vida
Catherine tramell e Nick Curran -Instinto Selvagem
Shrek e Fiona - Shrek
Jack Dawson e Rose DeWitt Bukater -Titanic
Ian e Samantha - Antes que Termine o Dia
Danny Zuko e Sandy - Grease -Nos Tempos da Brilhantina
Anjo e a Cirurgiã - Cidade dos Anjos
Juliane e Michael - O Casamento do Meu Melhor Amigo
Joel e Clementine - Brilho Eterno de Uma mente Sem Lembranças
David Abbott e Elizabeth - E Se Fosse Verdade
Anna e William Tacker - Um Lugar Chamado Nothing Hill
Jamie e Landon - Um Amor Pra Recordar
Jenna Rink e Matt Flamhaff - De repente 30
Gerry e Holly Kennedy -
P.S. Eu Te Amo
Henry Roth e Lucy Whitmore - Como se Fosse a Primeira Vez
Rachel Marron e Frank Farmer -
O Guarda Costas
Will Kane e Charlotte Fielding -
Outono em Nova York
Daisy e Benjamin - O Curioso Caso de Benjamin Button



quinta-feira, 28 de maio de 2009

Soneto de Separação

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.

De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.


Vinicius de Moraes



Ciclos


Os 18 anos foi o tempo das gargalhadas mais divertidas
Com 18 conheci gentes muito malucas
Foi aos 18 anos que visitei os bares que me armazenaram
Nos 18 criei os segredos mais íntimos e indiscretos
Aos 18 tive as melhores noites e as mais intensas madrugadas
Vivi com 18 as paixões mais perpétuas
O abraço de adeus na estação de trem foi aos 18 anos
Fui santa, mulher, ousada e sem nível aos 18
Com os 18 anos gostei de novas musicas, novas roupas, novos sapatos
Recriei sonhos e destruí planos antigos aos 18
Nos 18 anos brinquei no balanço e andei (muito) de saltos altos
Foi nos 18 que vivi momentos grandiosos, com grandes amigos...


E são destes 18 que partem rumo aos 19,
Onde cada momento foi único,
Cada emoção é ímpar,
Que me despeço dentro de poucos dias...







Nem me lembro que foi diferente

As vezes penso que estou caminhando para algum lugar...
e me falta o rumo.
Creio estar alimentada de esperança,
porém me falta aquele ar vital.
Acredito no tempo,
e as horas... estas são tão traiçoeiras!

quarta-feira, 27 de maio de 2009

.Amigos.

Contrariando pela primeira vez a canção Sinônimos, digo:
-Quem tem amigos na vida,
Tem sorte!
...Porque na fraqueza te faz ser bem mais forte!

Gi, Má e Sil... tem sido peças fundamentais no meu guarda-roupas da alma.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Despedida


A despedida também é o momento da chegada. Chega um novo tempo, uma nova mudança, uma ausência não habitual.
A gente nunca sabe a hora de dizer adeus... E daí, às vezes, parecemos uma multidão de árvores velhas balançando seus galhos como se acenassem tchau.
E quando partimos somos bondes impiedosos que carregam dentro um sorriso choroso e deixa na estação uma lágrima bailarina.
Quando partem e ficamos, nos sentimos as mesmas árvores velhas que não se movem do solo, apenas se deixam balançar pelas hastes.
Ir quando se ama é levar o navio arrastando a ancora pelo oceano, as correntes só pesando.
Partir na solidão é embarcar no trem um passageiro e duas bagagens. Um aceno e dois lenços balançando no ar.
Como o céu ou o inferno que encontra o ateu na hora da suplica, é a morada que guarda as emoções do adeus final...



Paixão

A coisa mais sobrenatural do mundo
É dormir e acordar
Todos os dias
Apaixonado pela mesma pessoa!






sexta-feira, 8 de maio de 2009

Ausência


Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado.
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada
Que ficou sobre a minha carne como nódoa do passado.
Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face.
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada.
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite.
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa.
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço.
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos pontos silenciosos.
Mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir.
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas.
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.



Vinícius de Moraes

domingo, 26 de abril de 2009

.Google.

Quero um amante igual ao Google!
Só.
Tudo isso!


é Ele!

Agora sei bem aonde quero chegar,
e quem irá me acompanhar!

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Estou de mudanças...

As mudanças são guerras que competem com a gente mesmo. Você está campo de batalha e sua espingarda está voltada para seu próprio peito. E quer atirar, quer ir adiante, mas há o medo de ofender e faz covarde. É preciso mais que coragem para se libertar e permitir mudar-se.
Quando a gente sai do bairro onde nascemos e vamos para um outro lugar, possivelmente uma outra cidade sentimos que uma parte de nós fica incompleta, um vazio perturbador fere a vida.
E dai, depois de um tempo, nos adaptamos a um novo lugar.
Uma vez perdemos a pessoa que acreditávamos amar mais que tudo nesse mundo. Cortamos o cabelo de uma forma bem diferente, tingimos os lábios com um carmim qualquer, morremos, renascemos e seguimos em frente, em linha dura.
Outra vez, encontramos um alguém desconhecido na fila do banco, no banco da praça, dentro do trem, ou mesmo no ponto de ônibus que com simples palavras dirigidas sem intenção catequética transforma metaforicamente tudo o que se passa em nossas vidas e dá uma nova visão do cotidiano. Já não estamos mais iguais, como havíamos chegado por ali.
Acredito que o único passo maior que a perna é mudar. Cada nova manhã traz uma outra proposta, cada novo dia é uma oportunidade. Só os cegos para a vida são incapazes de enxergar esta clareza. Somente os mais medrosos e covardes não se permitem arriscar. E só os mais impiedosos não aceitam as mudanças.
Recomeçar é diferente de mudar. E mudanças são diferentes de recomeços.
Eu estou aprendendo a recomeçar.
Eu estou aprendendo a mudar.
Estou apta a ser este misto de metamorfoses...


quarta-feira, 15 de abril de 2009

Gentes

Sinto que nunca vou perder essa sensação nostalgica que vive a me pegar desprevenida...

É simples voltar os pensamentos e sentir o que acontecia a exatamente um ano atrás...
Um rapaz maluco, beberrão, menino de tudo me perturbava todas os dias pela tarde com conversas insanas. Pouco trabalhava e meu dia parava das 14h as 17h só para manter contato com o figura escangalhado que se sentia o máximo e se auto-afirmava o tempo todo.
Depois a noite era um prazer ir para a faculdade e vê-lo como cabelo desarrumado, com o cigarro entre os dedos e os amigos rodeá-lo. De longe, o observando, rindo de suas loucas atitudes... As cabuladas engraçadas para ir até o bilhar do Tchê. E tudo era divertidissimo, sobretudo quase aprender a jogar bilhar com um garotinho injuriado.
Mas foi ele quem não me causou aflições. Só descontracção e animo para atravessar Sampa e ir até a faculdade para vê-lo, fazer pose...

Também me recordo daquele que nunca partiu por completo. Que tingiu todas as paredes da minha emoção e fez tudo explodir em mim... A menina, a mulher, a agonia e o regozijo.
Era aquele violoncelo nas mãos, o mistério no olhar e sua voz quase sussurada dirigida a mim. Em momentos exclusivamente a mim.

É... acho que houveram coisas boas que passaram apesar do tempo incurável e das emoções adormecidas.

Tem gente nova surgindo.
Tem gente nova partindo.
Tem gente nova rindo.
Tem gente nova progredindo.
Tem gente nova, nova de verdade.
Tem gente nova que é velha.
Tem gente nova amando.
Tem gente nova sendo amada!




terça-feira, 14 de abril de 2009

Era Ele... quem me fazia tão inteira.

Hoje eu vi a lua...
Parecia querer brincar de se esconder... Ou talvez ela me sorrisse e eu neguei admirá-la.

Sinto mudanças no ar... E sempre quando elas aparecem parece que perco meu chão. É uma coisas que vem e come meus instintos, minha sensibilidade fica excessivamente aflorada e meus pés parecem flutuar sem destino algum.
Estou me sentindo cansada, tenho sempre sono e isso é um mal sinal. Toda vez que sinto tanto sono é porque vejo a vida passar por mim e eu querer desaparecer dela por tempos.
Estou a procura de alguém no escuro. Por esta vez não é o passado que come minha alma e sim meu presente tão imensamente confuso.
Tenho a certeza de que essa inconstância que chegou de forma tão bela, tão sinuosa e me fez tão feliz enquanto foi concreta, logo passará... Mas quero estar inteira, com o coração permitindo-se pulsar ainda.

Estou acaba hoje. Sem aparentar, mas derrotada.
Tem um grito seco estalando na minha garganta.
Há sede, fome, dor...
Perdi mais uma vez esse jogo!

sábado, 11 de abril de 2009

Paradigma - Vento no litoral


De tarde eu quero descansar,
chegar até a praia e ver
Se o vento ainda está forte
E vai ser bom subir nas pedras
Sei que faço isso pra esquecer
Eu deixo a onda me acertar
E o vento vai levando tudo embora

Agora está tão longe
Vê, a linha do horizonte me distrai:
Dos nossos planos é que tenho mais saudade,
Quando olhávamos juntos na mesma direção
Aonde está você agora
Além de aqui dentro de mim?

Agimos certo sem querer
Foi só o tempo que errou
Vai ser difícil sem você
Porque você está comigo o tempo todo
Quando vejo o mar
Existe algo que diz:
- A vida continua e se entregar é uma bobagem

Já que você não está aqui,
O que posso fazer é cuidar de mim
Quero ser feliz ao menos
Lembra que o plano era ficarmos bem?

- Ei, olha só o que eu achei: cavalos-marinhos
Sei que faço isso pra esquecer
Eu deixo a onda me acertar
E o vento vai levando tudo embora


Sobre nós

São caminhos só isso...
Caminhos opostos de pessoas que acreditavam em ruas paralelas se encontrarem no final.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Saudade

Saudade é uma badalada de sino que tocaou depois do tempo...
Saudade é uma coisa louca qe come a gente da alma aos ossos...
Saudade é um porto que aguarda ansioso o barco regressar...
Saudade é música ritmada em sintonia ao coração...
Saudade é um animal no cil que não sacia sua fome...
Saudade é vendaval que varre o que cremos ser sólido em nós...
Saudade é uma porta sem trinco, uma maçaneta sem fechadura...
Saudade é chuva de verão que vai e vem e talvez fica...
Saudade é um livro que tiramos da estante para ler...
Saudade é roupa suja que transbordou para fora do cesto...
Saudade é uma ressaca que morre na areia...
Saudade é uma loucura presente presente dentro de um camarim...
Saudade é céu a espera de aviões...
Saudade é um universo todo dentro de um mundo...
Saudade é telefone descangalhado que nunca deixa de tocar...
Saudade é um trem que chega e parte e volta na primavera...
Saudade é beijo molhado, abraço apertado, olhar suspenso...
Saudade é uma trilha sem destino que vai circular...
Saudade é uma queda livre, um precipicio, um abismo...
Saudade é uma maquiagem da bailarina que borra...
Saudade são reticências que não querem existir!


sexta-feira, 27 de março de 2009

Por Ada Teixeira - Um Minuano

Conversava com minhas adoráveis amigas Daiane e Mayra nesta semana, num bar bacana, que fica ali em frente a praça Dom José Gaspar no Anhangabaú. Gosto do clima quente, à meia luz... Das pessoas que frenquentam bares noturnos com ar misterioso suspenso no olhar e trazem no semblante uma solidão incontestável.
Tocava música ao fundo. Um rapaz baixinho, com um violão acústico, tocava o que lhe pedia. E tocava bem. De Roupa Nova a Velha Guarda.
Minha amigas adriram a Cabala. E falavam sobre suas novas experiências e expectativas. O silêncio das ladainhas tecidas sobre a vida foi rompida por um comentário da adorável Daiane: "Músicas são como novos abraços daqueles que um dia passaram por nossos caminhos." Recuperei os pensamentos perdidos na imensidão do meu próprio mundo, enchi os copos com mais cerveja, brindamos e permeamos um pensamento musical.
As pessoas são músicas, as palavras são partituras, as idéias são canções... Tudo tão fragmentado, embalado em ritmos compostos pela exatidão do momento em que se vive. E hoje é dia de frevo.
Tenho sentido a vida colorida e os sons que vibram e permeiam a minha existência fazem com que eu dance um ritmo nada funesto, mas sim alegre. Os assobios de um instrumento qualquer, a sinfonia de uma valsa contente e os passos de um flamenco cadenciado. Tanta sofisticação, tanto barulho... e rompem com o nada.
Depois de umas e outras, Mayra assumiu o medo da noite. Daiane sorriu e disse adorar a noite. Eu, por minha vez, afirmei amar gente - nem todo mundo gosta das pessoas.
Foram umas birinights à mais. Uns risos daqueles que não damos a todo o tempo. Foi um minuano que varreu a poeira que adentrava em nossas almas impedindo-nos de permitir certas coisas, de nos permitirmos para a vida enfim.
Brindamos pela última vez cantando em coro: "SIM, TODO AMOR É SAGRADO!"
E já era hora de partir... O bar haveria de fechar.







quinta-feira, 26 de março de 2009

A fase

A música é algo fundamental na minha vida. Gosto de cantar, embora não tenha muita afinação. Sinto-me conectada comigo mesma quando ouço uma voz entoar sentimentos que passo, vibrar em ritmos que me balançam.
Hoje, exatamente hoje, estou me sentindo excluída da música... Parece-me que elas tocam, mas não me encontram.
Aconteceu coisas que eu temia: Tenho nas mãos algo que não pertence a mim. Está ao meu lado, faz-me crescer e também pular na linha do trem.
Nunca gostei dessa sensação de antítese. Deste vazio de ser e ter. Desta metade do inteiro que está na minha alma.
Por que será que as pessoas tem tanto medo de ser feliz e de me fazer feliz? - Eu fui feita para ser feliz! Ainda que sozinha.
Tenho criado uma porção de teorias acerca do ser humano e cada vez mais sinto vontade de ficar sozinha, isolada dessa humanidade toda.
E as horas tem varrido os dias para longe de mim.
Percebo um desespero de ver o tempo, de sentir o tempo, de não sentir nada, de nada ser concreto.
Percebo-me amargurada, angustiada, aprisionada. E de que importa? - Amanhã é um outro dia. E espero estar bem e mais animada para continuar navegando na vida...


terça-feira, 17 de março de 2009

As coisas que ainda farei:

1º Andar nua na areia da praia;
2º Ir num show da Bethânia;
3º Pular de um lugar bem alto;
4º Tomar um porre e esquecer até meu nome;
5º Casar;
6º Conhecer Roberto Carlos;
7º Desfazer das velhas agendas;
8º Aprender a dançar bonitinho;
9º Tocar um instrumento musical que me agrada;
10º Cortar meu cabelo curtinho.

As coisas que me deixam mal-humorada:

1º Gente que fala alto;
2º Ser acordada;
3º Deixar o telefone tocando e não atender de propósito;
4º Andar em meio a multidão;
5º Esquecer coisas importantes;
6º Feriados em ócio;
7º Mexerem nos meus pertences;
Joguinhos de adivinhações;
9º Meia verdades;
10º Atrasos.

As coisas que mais me agradam:

1º Ouvir Chico Buarque como suas músicas cafonas;
2º Olhar para o teto do meu quarto e imaginar tragédias alheias;
3º Conseguir chegar ao meu destino quando saio;
4º Conversar com gente inteligente;
5º Dormir durante a tarde;
6º Abraçar bem forte;
7º Ver pessoa bonita de longe;
8º A temperatura fria;
9º Frequentar a botecos diferentes;
10º Descobrir coisas óbvias.

Nos ultimos tempos...

Justamente eu que sempre achei que tinha razão em tudo, acabei de me perder entre as emoções da vida.
Descobri como é sentir saudades de alguém que acabou de partir. É que esse ser foi tão depressa que faltou um adeus final.
Descobri a intensidade de um olhar retribuído. As pessoas quando querem te convencer fitam profundamente a retina e apelam.
Descobri o tempo. Cada homem leva seus minutos, suas horas, seus segundos para entender suas verdades.
Descobri o poder das palavras. Algumas poder ser fieis, brandas e renascer o despedaçado. Outras podem ferir mais que machados as árvores, perturbar e enlouquecer.
Descobri o gosto do beijo de amor. Aquele que mesmo lento acelera o coração, acelerado acalma a alma.
Descobri o peso das escolhas erradas. A gente age e depois o tempo e a lógica não permitem retornarmos.
Descobri as tardes de ócio. Pude aproveitá-las melhor depois de tê-las perdida uma vez. Gosto de ficar sem fazer nada fazendo algo.
Descobri músicas e músicos. Ouvi canções loucas e insanas, bem orquestradas e mal compostas. Ritmos lentos, rápidos e funestos.
Descobri gente. Que ri, fala besteiras e bobagens, que fala sério, que sofre de amor e que não sabe perder.
Descobri a mim, as minhas variações, meus medos, minha coragem, minha audácia, meu recuo.

E estou tão feliz...